Porque hoje é sexta e estamos na recta final para mais um fim de semana,e sabe sempre bem termos um doce para estes dias mais descontraídos, aqui fica a minha sugestão e partilha de um doce decididamente bem português.
Nunca tinha feito esta tarte e estava-me nas memorias os nossos bem portugueses pasteis de feijão , pensei em fazer de grao e assim por aqui matar algumas saudades.
Quando se esta longe do nosso pais, as pequenas coisas ligadas a ele de repente tomam importâncias que antes por vivermos ai nem nos apercebíamos. Dou comigo toda feliz quando vejo algo a dizer"made in Portugal", no outro dia comprei num café português aqui da zona, um Sumol , só em comercio português se encontram, parece não ser nada de especial, mas aqui , aquela garrafa era mais que um simples sumo gaseificado, tornou se simbólica, na aproximação das minhas memorias.
Lá no café, encantei-me com as garrafas de Ucal, com o queijo Terra Nostra, com as Alheiras, os chouriços..
Sabe bem, ver as letras em português, sentir os cheiros e os sabores, e por momentos sentir que estamos lá, onde as saudades se encolhem e as memorias se guardam.
Só agora sendo emigrante, é que percebo, o sentimento , o coração a saltar quando estou no super mercado e de repente ouço falar português, o sorriso que me baila, quando descubro, que numa caixa as instruções também estão em português...
Larguei tudo quando vim , para trás ficou família, amigos, raízes, memorias. E o começar uma vida de novo, quando se já esta a meio da vida, é complicado, doloroso, a forca que se tem é a esperança e luta, feita no sonho de uma vida, ou o que resta dela, melhor.
Limpam-se as lágrimas, disfarçam se as saudades, sacode-se a tristeza, acorda-se todos os dias a pensar que vai ser melhor, mesmo quando o céu cinzento e chuva e o frio, nos fazem encolher.
Assim esta tarte, veio consolar-me,afinal Portugal nao esta assim tao longe, transporto-o dentro de mim ,nas memorias dos sabores, e dos cheiros, que por sua vez me transportam a pessoas, lugares e sentimentos.
Ingredientes para a massa:
1 ovo
100gr de margarina
5 colheres de acucar
8 colhers(sopa) de farinha (sem fermento)
Para o recheio:
150gr de pure de grao de bico
2 ovos+ 4 gemas
250gr de acucar
raspa de limao
50 gr de margarina derretida
acucar em po para polvilhar
Forma-se uma massa, misturando a manteiga com o açúcar, e junta-se o ovo e a farinha necessária até ter a consistência certa. Estende-se a massa na tarteira, vai-se aconchegando com a ponda dos dedos e reserva-se
Prepara-se o recheio, misturando os ingredientes todos até obter uma mistura homogénea. Deita-se sobre a massa e leva-se a cozer em forno moderado durante 30 a 40 minutos.
Polvilha-se com açúcar em pó.
Facil e rapida de se fazer,fica ligeiramente cremosa por dentro.
Vai uma fatia? Bom apetite, e desejo a todos um bom fim de semana.
De
Paulinha a 7 de Maio de 2010 às 15:11
Que delícia de tarte!!! è uma óptima forma, sem dúvide, de matares saudades aqui do nosso Portugal!!
Um beijinho e bom fim de semana
p;a Paulinha, fica realmente uma tarte muito boa, e `e verdade matei assim umas saudades do nosso Portugal, obrigado pela visita, bom fim de semana, beijinhos
De
Moira a 7 de Maio de 2010 às 18:24
Que belo texto. E a tarte, deliciosa, também tenho uma receita mas há muito tempo que não faço.
Fizeste-me lembrar de uma situação que se passou comigo há muitos anos atrás. Estive 3 meses fora de Portugal a estudar numa cidade do sul da Alemanha, um dia passou uma música portuguesa na rádio, daquelas a que usualmente chamamos de Pimba e as lágrimas vieram-me aos olhos com saudades do meu país e da minha família, por isso entendo perfeitamente o que dizes.
Se algum dia precisares que te mande alguma coisa para matares saudades, manda-me um e-mail.
Um grande beijo
Manuela
Manuela,muito obrigada pela tua generosa oferta e simpaticas palavras.E verdade, estar longe do pais, da-nos outra dimensao da palavra saudade, como das nossas memorias.
Uma vez entrei aqui numa loja a Staples, eu em Portugal gostava muito de ir a essas lojas, assim que entrei nela e senti o cheiro que me trouxe memorias,as lagrimas vieram-me aos olhos, sentia-me emocionada e por outro lado a achar que essa reacao era um pouco exagerada,mas sentimentos, nem sempre sao para se entender,e longe ficamos sempre mais emocionais.
Desejos de um bom fim de semana , beijinhos.
Nanda,
Que lindo texto que escreves-te. Identificou-me com muitas das palaras que referis-te. Essa tarte de grão intrigou-me, pois foi coisa que nunca comi.
Beijinhos e bom fds
Ola Sandra, obrigada pela visita e pelas simpaticas palavras.
Nunca comeste tarte de grao? Se soubesse tinha te convidado a vires comer uma fatiazinha, afinal nao moramos assim tao distantes..hehehe
Pode ser que um dia destes calhe em geito e arranjamos a coisa.
Beijinhos e bom fim de semana.
De
Jú a 8 de Maio de 2010 às 00:13
mas que maravilha!!
nunca fiz mas já provei... é muito boa sim
Ola JU,obrigada pela visita e pelo comentario.
`E sempre agradavel receber uma palavra de quem me visita.
Beijinho e bom fim de semana
De
Vina a 12 de Maio de 2010 às 15:45
Olá! Não sei que idade tens mas pelo teu texto parece-me que já não deves ser uma jovem de 20 anos que decide ir para o estrangeiro melhorar a sua vida... e admiro-te pela coragem e pela força de vontade de lutar por uma vida mais agradável, apesar de isso implicar tantos sacrifícios e , calculo, algum sofrimento. Eu sei o que me custou mudar-me para a Madeira (sou do Continente), deixar para trás a minha casa, a minha família, o meu grupo de amigos mais chegados, e até me custou deixar para trás os lugares em que me sentia em casa, as ruas que me eram tão familiares... E só me mudei para a Madeira!! É do outro lado do Atlântico e não posso ir de visita à família tão frequentemente quanto gostaria, mas continuo em solo onde se fala português e onde os costumes são praticamente os mesmos. Mudar-se para o estrangeiro calculo que seja uma mudança bem mais radical e difícil!! E admiro pessoas que, como tu, dão esse salto! Quanto à tua tarte, tem um aspecto bem delicioso e já fiquei com ela debaixo de olho para experimentar! Deve ser magnífica! Beijos e desculpa lá o comentário tão longo! Felicidades!
Ola Vina. Realmente ja nao sou uma jovem de 20, tenho 47 e quando vim ha 2 anos, vim sozinha
Infelizmente nesse pais, com quarentas ja se `e velho demais para empregos e depois de lutar no desemprego por 3 anos, decidi, que tinha de dar a volta ha minha vida,e aqui no espaco de dois meses, arranjei casa e emprego,e mais tarde a minha filha veio ter comigo.
Foram ainda muitos meses de adptacao com algumas lagrimas `a mistura.Tudo era estranho para mim,mas uma pessoa adapta-se,e hoje o sonho `e o mesmo, melhorar a minha vida e dar um futuro ha minha filha.
Mas `e verdade JU, qualquer mudanca `e sempre um comecar e por isso ,doloroso no inicio.
Obrigada pela visita, pelas palavras simpaticas.
beijinhos e felicidades para ti tambem.
Olá! Descobri hoje o teu blog e já o adicionei à minha lista de blogs.
beijinhos
Vânia
http://cincosentidosnacozinha.blogspot.com/
Ola Vanea, obrigado pela visita e pela simpatia de me teres adicionado `a tua lista de blogues.
Bom fim de semana, beijinhos
De
sao33 a 16 de Maio de 2010 às 19:07
FICOU LINDA , NÃO GOSTO DE GRÃO MAS ACHO QUE SE APANHASSE NEM DISSO ME LEMBRAVA.BJS
Ola Sao, obrigado pela visita e pelo comentario.
A tarte nao sabe a grao,dado levar outros ingredientes e o grao ser apenas uma pequena quantidade.
Beijinhos, com votos de um bom fim de semana.
De
sofia a 18 de Maio de 2010 às 10:42
ola Nanda,
as tuas palavras sao muito profundas e reflectem exactamente como palpita tambem o meu coracao de emigrante! Por aqui na Prussia, eu deliro quando o meu marido me traz coentros para casa, nao controlo a lagrimita malandra que teima em cair quando ouço o fado e, se a saudade aperta mais ainda, faço como tu: um belo arroz de marisco à moda do algarve ou uma receita da minha avó e lá vou eu teletransportada a casa, por meros instantes. E a vida é mesmo feita de meros instantes, cabe-nos a nós apreciar os bons momentos e ultrapassar os maus. E depois a minha filha ri-se ou faz uma palhaçada, o meu coração incha de amor e diz à saudade : "até à próxima!"
Força! :)
Beijinhos
Sofia
Ola Sofia,`e verdade, longe do pais ficamos sempre mais emocionais, e coisas que noutra altura seriam banais, como os coentros que falas, longe tomam significados mais profundos, que nos tocam a alma.E sim ha que "filtrar" os momentos e viver pela positiva,hoje apesar das saudades, sinto que dei o passo certo.
E sim nao ha nada mais consolador quando olhamos para os filhos e os vemos felizes, ha sacrificios que valem a pena.Obrigada pela calorosas palavras e pela forca.
Felicidades para ti e para a tua pequerrucha.
beijinhos
Amiga que verdadeira delicia tanto a tarte como o teu post,jinhos grandes de saudades
Prezada Nanda,
Que bela torta e que linda história... Torta com sabor de casa, não há nada melhor!
Abraço,
Jean Claudi.
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